Como a Depressão Pode adoecer seu Coração
- Géssica Magalhães
- 12 de out. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 4 de out.
A conexão entre mente e corpo é mais profunda do que parece, e a depressão, uma das condições mais prevalentes de saúde mental, pode impactar diretamente o sistema cardiovascular.

Diversos estudos têm mostrado que pessoas que sofrem de depressão apresentam maior risco de desenvolver problemas cardíacos. A seguir, exploramos como a depressão pode afetar o coração e quais são as medidas para proteger a saúde mental e cardiovascular.
Depressão e Inflamação Crônica: Uma Relação Perversa
A depressão provoca uma série de respostas fisiológicas que aumentam os níveis de citocinas pró-inflamatórias no organismo, como a interleucina-6 (IL-6) e o fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α). Esse processo inflamatório é uma das pontes que conectam a depressão às doenças cardiovasculares, pois a inflamação crônica danifica as paredes das artérias, acelerando o desenvolvimento da aterosclerose.
Além disso, a inflamação crônica pode agravar condições preexistentes, como a hipertensão e a resistência à insulina, aumentando o risco de infarto do miocárdio e AVC.
Cortisol e Estresse Oxidativo: O Impacto da Depressão no Metabolismo
A depressão também está associada a níveis elevados de cortisol, o hormônio do estresse. O cortisol em excesso prejudica o funcionamento do sistema imunológico e promove o acúmulo de gordura abdominal, fatores que contribuem para o aumento do risco de doenças cardíacas.
Além disso, o estresse oxidativo gerado pela depressão danifica as células endoteliais, comprometendo a função vascular e facilitando o surgimento de disfunções cardíacas.
Com o tempo, o desequilíbrio causado pela exposição prolongada ao cortisol pode levar a hipertensão e ao desenvolvimento de arritmias, colocando ainda mais pressão sobre o sistema cardiovascular.
Estilo de Vida Prejudicado: Comportamentos de Risco Associados
Pessoas que sofrem de depressão frequentemente apresentam mudanças comportamentais que afetam negativamente a saúde do coração. A falta de motivação e energia leva ao sedentarismo, enquanto a depressão pode incentivar o consumo de alimentos não saudáveis, ricos em açúcares e gorduras. Esses hábitos alimentares podem aumentar os níveis de colesterol e triglicerídeos, colocando o coração em risco.
Além disso, pacientes depressivos muitas vezes recorrem ao álcool e tabaco como uma forma de lidar com o sofrimento emocional, comportamentos que são conhecidos por prejudicar significativamente a saúde cardiovascular.
Insônia e Sono Fragmentado: Fadiga que Afeta o Coração
Outro efeito comum da depressão é a insônia e a má qualidade do sono. O sono inadequado compromete a recuperação do corpo e pode levar a alterações na pressão arterial e na frequência cardíaca, sobrecarregando o coração. Estudos mostram que a privação de sono está associada a um maior risco de hipertensão e insuficiência cardíaca, especialmente quando combinada com estresse crônico.
A insônia também afeta negativamente a capacidade do corpo de regular hormônios essenciais, como a leptina e a grelina, o que pode resultar em ganho de peso e aumento do risco de desenvolver diabetes, um fator de risco significativo para doenças cardíacas.
Cuidar da Saúde Mental para Proteger o Coração
Tratar a depressão é essencial não apenas para melhorar o bem-estar emocional, mas também para proteger a saúde do coração. Intervenções como psicoterapia (especialmente a terapia cognitivo-comportamental) e o uso de antidepressivos podem ajudar a reduzir os sintomas da depressão e os riscos associados.
Além disso, a prática regular de exercícios físicos é altamente recomendada, pois melhora tanto a saúde mental quanto a cardiovascular, ajudando a controlar a pressão arterial e os níveis de colesterol.
Programas de reabilitação cardíaca que integram o cuidado psicológico e físico também têm mostrado resultados promissores para pacientes com depressão e problemas cardíacos, promovendo uma recuperação mais completa.
Conclusão




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