Efeitos da depressão na saúde cardiovascular
- Géssica Magalhães
- 2 de out. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 5 de out.
A depressão é uma condição de saúde mental que vai além de causar tristeza e apatia. Seus efeitos se estendem ao corpo, afetando especialmente o coração.

Diversos estudos têm mostrado que pessoas que sofrem de depressão têm maior risco de desenvolver doenças cardíacas. Este artigo explora como a depressão pode prejudicar a saúde cardiovascular e por que é importante tratar essa condição para proteger o coração.
1. Relação entre depressão e doenças cardíacas
A conexão entre a depressão e o coração está bem estabelecida na literatura médica. Indivíduos com depressão estão mais propensos a desenvolver problemas cardiovasculares, como infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca. Isso ocorre porque a depressão pode causar mudanças fisiológicas significativas, como aumento da inflamação, disfunção do sistema nervoso autônomo e alterações nos hábitos de vida, todos fatores que afetam diretamente a saúde do coração.
A inflamação crônica, comumente encontrada em pessoas depressivas, é um dos principais mecanismos que liga a depressão a doenças cardiovasculares. Esse estado inflamatório pode contribuir para a formação de placas nas artérias (aterosclerose), aumentando o risco de obstrução arterial e, consequentemente, infarto e acidente vascular cerebral.
2. Depressão e o aumento da pressão arterial
Outro fator que relaciona a depressão às doenças do coração é o impacto que ela tem na pressão arterial. A depressão crônica ativa o sistema nervoso simpático, responsável pela "resposta de luta ou fuga". Isso leva ao aumento dos níveis de adrenalina e cortisol no organismo, resultando em uma pressão arterial mais alta de maneira prolongada.
A hipertensão, quando não controlada, é um dos maiores fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardíacas, como insuficiência cardíaca e AVC. Pacientes depressivos frequentemente apresentam dificuldade em controlar essa condição, seja pela falta de motivação para seguir o tratamento ou pela própria desregulação hormonal causada pela depressão.
3. Estilo de vida prejudicado e seus efeitos no coração
A depressão também interfere diretamente nos hábitos de vida saudáveis. Indivíduos deprimidos podem ter menos energia e motivação para praticar atividades físicas, alimentar-se de forma equilibrada ou abandonar hábitos prejudiciais, como o tabagismo e o consumo excessivo de álcool. Esses comportamentos aumentam ainda mais o risco de doenças cardíacas.
Além disso, muitos pacientes depressivos não seguem corretamente os tratamentos para condições cardíacas preexistentes, como hipertensão ou dislipidemia, o que agrava ainda mais o quadro de saúde. A falta de adesão ao tratamento e o estilo de vida sedentário contribuem para a deterioração do sistema cardiovascular.
4. Impacto do cortisol e inflamação no coração
A liberação excessiva de cortisol – o hormônio do estresse – em pessoas com depressão desempenha um papel crucial no aumento do risco de doenças cardíacas. O cortisol em níveis elevados promove a resistência à insulina, o aumento de gordura abdominal e o acúmulo de placas de gordura nas artérias. Todos esses fatores contribuem diretamente para o desenvolvimento da aterosclerose e, consequentemente, de doenças cardiovasculares.
A inflamação sistêmica, exacerbada pela depressão, agrava a formação de placas arteriais e aumenta a propensão à formação de coágulos sanguíneos. Esses coágulos podem bloquear o fluxo sanguíneo, levando a eventos fatais, como infartos ou AVCs.
5. A importância de tratar a depressão para proteger o coração
Dada a forte relação entre depressão e doenças cardíacas, é essencial que o tratamento da depressão seja uma prioridade tanto para a saúde mental quanto para a cardiovascular. Intervenções como a psicoterapia, medicamentos antidepressivos e o incentivo a mudanças no estilo de vida podem reduzir significativamente o impacto da depressão no coração.
O acompanhamento multidisciplinar, envolvendo cardiologistas e profissionais de saúde mental, é fundamental para garantir que os pacientes recebam o tratamento adequado para ambas as condições. Ao tratar a depressão de maneira eficaz, é possível não apenas melhorar a qualidade de vida do paciente, mas também reduzir o risco de doenças cardíacas graves.
Conclusão




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