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Reabilitação cardiovascular

  • Foto do escritor: Géssica Magalhães
    Géssica Magalhães
  • 16 de out.
  • 3 min de leitura
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Reabilitação Cardiovascular: Recuperando a Saúde do Coração com Segurança e Qualidade de Vida


Após um infarto, cirurgia cardíaca, ou diante de um diagnóstico de doença cardíaca crônica, muitos pacientes se perguntam: “E agora? O que posso fazer para me recuperar bem?”

A resposta está na reabilitação cardiovascular, um programa supervisionado que ajuda a restaurar a saúde do coração, melhorar o condicionamento físico e reduzir o risco de novos eventos.

Neste texto, você vai entender o que é a reabilitação cardíaca, quem pode se beneficiar, como funciona e por que ela é considerada parte essencial do tratamento.


O que é reabilitação cardiovascular?

É um programa estruturado, multidisciplinar, que inclui:

  • Treinamento físico supervisionado;

  • Educação sobre estilo de vida saudável;

  • Acompanhamento emocional e psicológico;

  • Controle dos fatores de risco (como colesterol, pressão, glicemia).


O objetivo é ajudar o paciente a se recuperar de um evento cardiovascular e prevenir futuras complicações, promovendo autonomia e bem-estar.


Quem se beneficia da reabilitação cardíaca?

A reabilitação cardiovascular é indicada para:

✅ Pessoas que tiveram infarto agudo do miocárdio (IAM);

✅ Pacientes com angina (dor no peito por esforço);

✅ Quem fez cirurgia cardíaca (como ponte de safena, troca valvar);

✅ Pessoas que colocaram stents coronarianos;

✅ Pacientes com insuficiência cardíaca;

✅ Quem tem doença arterial periférica;

✅ Pessoas com alto risco cardiovascular e sedentarismo.


Mesmo pacientes idosos ou com limitações físicas podem, e devem, participar, com adaptações específicas.


Quais são os benefícios da reabilitação?

Numerosos estudos mostram que participar de um programa de reabilitação cardíaca pode:

  • Reduzir em até 30% o risco de morte por causas cardiovasculares;

  • Diminuir a chance de um novo infarto ou AVC;

  • Aumentar a capacidade física e o fôlego;

  • Melhorar a qualidade de vida e o humor;

  • Ajudar a retomar atividades do dia a dia com segurança;

  • Reduzir o número de internações hospitalares;

  • Melhorar o controle da pressão, colesterol, diabetes e peso corporal.

  • Melhora da autonomia (pelo ganho de força muscular) e aumento de longevidade (aumenta Vo2 máximo)


Muitos pacientes relatam que a reabilitação os ajudou a “voltar a viver” com mais confiança.


Como funciona o programa?

A reabilitação cardiovascular é dividida em fases, de acordo com o momento de recuperação e a condição do paciente:

Fase I – Hospitalar

Inicia-se ainda durante a internação. Envolve:

  • Mobilização precoce (exercícios leves no leito);

  • Educação sobre a doença;

  • Preparação para alta com orientações básicas.


Fase II – Pós-alta (ambulatorial)

É a fase estruturada e supervisionada. Inclui:

  • Avaliação médica completa;

  • Sessões de exercício físico supervisionado (2 a 3 vezes por semana);

  • Orientações nutricionais;

  • Apoio psicológico;

  • Controle dos fatores de risco;

  • Acompanhamento multiprofissional (cardiologista, fisioterapeuta, nutricionista, psicólogo, educador físico, enfermagem).


Duração: geralmente 12 a 24 semanas, com possibilidade de prorrogação.


Fase III – Manutenção

Após a fase intensiva, o paciente segue com:

  • Exercícios orientados, com ou sem supervisão direta;

  • Acompanhamento periódico;

  • Manutenção dos hábitos saudáveis adquiridos.


A fase III é essencial para prevenir recaídas e manter os resultados a longo prazo.


O que é feito nas sessões de exercício?

As atividades físicas são sempre adaptadas à capacidade do paciente e podem incluir:

  • Caminhada em esteira;

  • Bicicleta ergométrica;

  • Exercícios respiratórios;

  • Alongamentos e reforço muscular leve;

  • Treinos intervalados de baixa intensidade;

  • Educação postural.


Todos os treinos são monitorados com controle de pressão arterial, frequência cardíaca e sintomas.


E quem tem medo de se exercitar?

É normal sentir insegurança após um evento cardíaco. A boa notícia é que o ambiente da reabilitação é seguro, supervisionado e acolhedor. O paciente é incentivado a retomar suas atividades aos poucos, no seu ritmo, com todo o suporte necessário.

Um dos objetivos centrais da reabilitação é devolver a confiança e autonomia ao paciente.


A reabilitação é coberta pelo SUS e por planos de saúde?

Sim. A reabilitação cardiovascular é prevista nas diretrizes clínicas nacionais (como as da SBC e do Ministério da Saúde), além de ser obrigatoriamente coberta por planos de saúde, conforme a ANS. Muitas unidades do SUS também oferecem esse serviço gratuitamente.

✅ Informe-se com seu cardiologista ou posto de saúde sobre os locais que oferecem reabilitação na sua região.

E se não houver um centro de reabilitação na minha cidade?

Mesmo que não haja um centro estruturado, é possível realizar protocolos domiciliares supervisionados com acompanhamento remoto, prescrição de atividade segura, uso de aplicativos, diário de atividades, e consultas presenciais periódicas com a equipe de saúde.

A reabilitação adaptada em casa também funciona, desde que tenha orientação adequada!


Em resumo:

  • A reabilitação cardiovascular é uma etapa essencial do tratamento de doenças do coração.

  • Reduz mortalidade, melhora a qualidade de vida e ajuda na recuperação física e emocional.

  • Pode (e deve) ser feita após infarto, cirurgias cardíacas, insuficiência cardíaca e outras condições.

  • Envolve exercício, educação, apoio psicológico e controle de fatores de risco.

  • Está disponível no SUS, nos planos de saúde e em alguns programas domiciliares adaptados.


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© 2019 por Dra Géssica Magalhães. 

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