top of page

Adoçantes Naturais versus Refinados: O Impacto no Coração

  • Foto do escritor: Géssica Magalhães
    Géssica Magalhães
  • 1 de out. de 2024
  • 5 min de leitura

Atualizado: 18 de out.


ree

A escolha de adoçantes tem se tornado um tema cada vez mais relevante nas discussões sobre saúde, especialmente no que diz respeito à saúde cardiovascular. Enquanto o açúcar refinado, em suas diversas formas, está associado a uma série de riscos para o coração, adoçantes naturais têm ganhado destaque como alternativas mais saudáveis. Mas até que ponto essas opções realmente protegem o coração? E qual é o impacto de cada uma delas no organismo? Neste artigo, vamos explorar as diferenças entre adoçantes naturais e refinados, analisando como cada um deles afeta a saúde cardiovascular.


  • O que são adoçantes refinados?


Adoçantes refinados são aqueles que passam por processos industriais que removem os nutrientes originais, resultando em produtos altamente concentrados e de rápida absorção pelo corpo. O exemplo mais conhecido é o açúcar branco, que é derivado da cana-de-açúcar ou da beterraba e submetido a um processo de refino que elimina praticamente todas as suas vitaminas e minerais. Outros adoçantes refinados incluem o xarope de milho com alto teor de frutose, o açúcar mascavo (apesar de ser menos refinado que o branco) e os diversos tipos de açúcar encontrados em produtos processados.


Quando consumidos em excesso, os adoçantes refinados podem ter um impacto negativo direto na saúde cardiovascular. Eles promovem picos rápidos nos níveis de glicose no sangue, seguidos por quedas bruscas, o que sobrecarrega o metabolismo e pode levar ao desenvolvimento de resistência à insulina. Isso aumenta o risco de diabetes tipo 2, uma condição fortemente associada a problemas cardíacos. Além disso, o consumo excessivo de açúcares refinados está relacionado a níveis elevados de triglicerídeos, inflamação crônica e aumento da pressão arterial — todos eles fatores de risco para infartos e derrames.


  • O impacto dos adoçantes refinados no coração


O consumo prolongado de açúcar refinado não afeta apenas o controle da glicose, mas também desencadeia uma série de processos inflamatórios no organismo. O excesso de açúcar leva ao acúmulo de gordura visceral, um tipo de gordura localizada ao redor dos órgãos, que libera substâncias inflamatórias que comprometem o funcionamento dos vasos sanguíneos e do coração. Esse estado de inflamação crônica é uma das principais causas de aterosclerose, condição em que as artérias se tornam rígidas e estreitas devido ao acúmulo de placas de gordura, limitando o fluxo de sangue e aumentando o risco de doenças cardíacas.


Além disso, o consumo excessivo de açúcar refinado está associado a um aumento dos níveis de colesterol LDL (conhecido como colesterol ruim) e uma redução nos níveis de colesterol HDL (o colesterol bom). Essa combinação desequilibrada pode acelerar o desenvolvimento de doenças cardíacas, uma vez que o LDL oxidado é mais propenso a se depositar nas paredes das artérias, enquanto o HDL tem a função de remover o excesso de colesterol do sangue.


  • Adoçantes naturais: uma alternativa mais saudável?


Os adoçantes naturais, como o mel, o xarope de bordo (maple syrup), o açúcar de coco e o agave, têm ganhado popularidade como substitutos mais saudáveis para o açúcar refinado. Embora contenham calorias, esses adoçantes são menos processados e, em alguns casos, mantêm uma parte dos nutrientes originais, como vitaminas, minerais e antioxidantes. Por exemplo, o mel contém pequenas quantidades de compostos antioxidantes, enquanto o açúcar de coco apresenta um índice glicêmico mais baixo do que o açúcar refinado, o que significa que ele eleva os níveis de glicose no sangue de forma mais lenta.


Os benefícios dos adoçantes naturais para a saúde cardiovascular estão ligados, principalmente, à sua menor capacidade de causar picos de glicose e à presença de nutrientes que podem ajudar a neutralizar parte dos efeitos negativos do açúcar no corpo. No entanto, é importante lembrar que, apesar de serem menos prejudiciais, os adoçantes naturais ainda contêm calorias e frutose, e seu consumo excessivo também pode levar a problemas de saúde, como ganho de peso e elevação dos níveis de triglicerídeos.


  • Adoçantes sem calorias: alternativas ainda mais seguras?


Além dos adoçantes naturais, há também as opções de adoçantes sem calorias ou com calorias muito baixas, como a stevia, o xilitol e o eritritol. Esses adoçantes são extraídos de plantas ou produzidos através de processos industriais, mas são considerados alternativas mais seguras quando o objetivo é controlar os níveis de açúcar no sangue e proteger o coração.


A stevia, por exemplo, é um adoçante natural extraído das folhas da planta Stevia rebaudiana. Ela não contém calorias e não provoca picos de glicose, o que a torna uma excelente opção para pessoas com diabetes ou para quem deseja reduzir o consumo de açúcar refinado. Além disso, estudos indicam que a stevia pode ajudar a reduzir a pressão arterial e os níveis de colesterol LDL, promovendo uma melhor saúde cardiovascular.


O xilitol e o eritritol, por sua vez, são álcoois de açúcar que têm menos impacto na glicemia e não contribuem para a formação de cáries. Ambos são amplamente utilizados em alimentos industrializados como substitutos do açúcar comum. No entanto, é importante destacar que o consumo excessivo desses adoçantes pode causar desconforto gastrointestinal, especialmente o xilitol.


  • O papel dos adoçantes no controle da pressão arterial


Tanto o açúcar refinado quanto os adoçantes naturais podem ter um impacto indireto na pressão arterial, principalmente através de seus efeitos sobre o peso corporal. O consumo excessivo de açúcar contribui para o aumento do peso, e o excesso de gordura corporal, especialmente a gordura abdominal, está fortemente associado à hipertensão. A resistência à insulina, causada pelo consumo contínuo de grandes quantidades de açúcar refinado, também pode levar a um aumento na pressão arterial, colocando o coração em risco.


Por outro lado, a substituição do açúcar refinado por adoçantes com menor impacto glicêmico, como a stevia e o eritritol, pode ajudar a reduzir a pressão arterial e melhorar a saúde cardiovascular. Além disso, ao escolher adoçantes naturais, como o mel e o açúcar de coco, em quantidades moderadas, é possível obter um sabor doce com menos consequências para o coração.


  • A moderação como chave para a saúde


Embora os adoçantes naturais sejam uma escolha mais saudável em comparação aos refinados, a palavra-chave é moderação. Mesmo os adoçantes mais "benéficos" podem causar problemas de saúde se consumidos em excesso. O mel, por exemplo, é rico em frutose e pode contribuir para o ganho de peso se não for consumido com parcimônia. Da mesma forma, o açúcar de coco, embora tenha um índice glicêmico mais baixo, ainda é uma fonte de calorias que, em grandes quantidades, pode levar a um desequilíbrio energético.


A melhor estratégia para proteger o coração e manter uma dieta equilibrada é limitar o consumo de todos os tipos de açúcar e adoçantes, concentrando-se em alimentos integrais e ricos em fibras, como frutas, legumes e grãos integrais. Ao reduzir a dependência de adoçantes, o paladar se adapta, e a necessidade de alimentos excessivamente doces diminui com o tempo.


  • Conclusão


A escolha entre adoçantes naturais e refinados tem um impacto direto na saúde cardiovascular. Embora o açúcar refinado esteja claramente associado a riscos como hipertensão, inflamação e aumento do colesterol LDL, os adoçantes naturais oferecem uma alternativa mais equilibrada, especialmente quando consumidos com moderação. Adoçantes sem calorias, como a stevia, também são opções viáveis para quem busca proteger o coração sem abrir mão do sabor doce.


A moderação, aliada a uma dieta equilibrada e rica em alimentos nutritivos, é a chave para manter o coração saudável e reduzir o risco de doenças cardiovasculares.



Comentários


© 2019 por Dra Géssica Magalhães. 

bottom of page