Check up cardiológico
- Géssica Magalhães
- 16 de out.
- 3 min de leitura

Fazer um check-up cardiológico é uma das formas mais eficazes de prevenir infarto, AVC e outras doenças do coração. Mas com tantos exames disponíveis, surge a dúvida: quais deles realmente são necessários?
Neste texto, você vai entender quais exames fazem parte de um bom check-up cardíaco, para quem eles são indicados e com que frequência devem ser feitos.
Por que fazer um check-up do coração?
O coração é um órgão vital que trabalha sem parar. Algumas doenças cardiovasculares se desenvolvem lentamente e sem sintomas, como a hipertensão e a aterosclerose (acúmulo de placas de gordura nas artérias). O check-up serve para:
Detectar fatores de risco precocemente (como colesterol alto, diabetes, sedentarismo);
Avaliar a saúde das artérias e do músculo cardíaco;
Prevenir eventos graves, como infarto e AVC;
Acompanhar quem já teve alguma doença cardíaca.
Para quem o check-up é mais importante?
✅ Homens a partir de 40 anos e mulheres a partir de 50 anos;
✅ Pessoas com histórico familiar de infarto, AVC ou morte súbita;
✅ Quem tem hipertensão, diabetes, colesterol alto ou sobrepeso;
✅ Quem é sedentário, fuma ou tem alimentação inadequada;
✅ Pessoas que já tiveram dor no peito, falta de ar ou palpitações.
Em pessoas com alto risco cardiovascular, o check-up pode começar mais cedo, por volta dos 30–35 anos.
Quais exames realmente importam no check-up cardíaco?
1. Consulta clínica completa
Tudo começa por aqui. O médico avalia:
Pressão arterial;
Peso, altura e circunferência abdominal;
Histórico pessoal e familiar;
Hábitos de vida (alimentação, atividade física, estresse, sono);
Sintomas como dor no peito, falta de ar, cansaço ou palpitações.
É com base nessa avaliação que o médico decide quais exames são necessários para cada pessoa.
2. Exames laboratoriais (sangue)
Essenciais para detectar fatores de risco silenciosos:
Colesterol total e frações (LDL, HDL, triglicerídeos);
Glicemia de jejum e hemoglobina glicada (para diabetes);
Função renal (creatinina, ureia);
TSH (função da tireoide);
Ácido úrico, transaminases hepáticas, entre outros.
Em alguns casos, o médico pode solicitar marcadores mais específicos, como lipoproteína(a) ou proteína C reativa ultrassensível, especialmente em pessoas com risco aumentado.
3. Eletrocardiograma (ECG)
É um exame simples, indolor e de baixo custo que registra a atividade elétrica do coração.
Ele pode identificar:
Arritmias;
Alterações no ritmo cardíaco;
Sinais de sobrecarga no coração;
Cicatrizes de infartos prévios.
Todo check-up deve incluir um ECG, especialmente a partir dos 40 anos.
4. Ecocardiograma
É um exame de ultrassom que mostra o tamanho, forma, movimento das válvulas e espessura das paredes do coração.
Indicado quando há:
Sopro cardíaco;
Histórico de insuficiência cardíaca;
Hipertensão de longa data;
Alterações no ECG;
Avaliação pré-operatória em pacientes de risco.
Não é obrigatório para todos, mas é muito útil em pessoas com sintomas ou doenças conhecidas.
5. Teste ergométrico (teste de esforço)
O famoso “teste da esteira”. Avalia:
Capacidade do coração durante o esforço;
Presença de arritmias ou isquemia (falta de sangue nas artérias do coração);
Aptidão cardiovascular.
Indicado principalmente para:
Homens a partir dos 40 e mulheres a partir dos 50;
Quem pretende iniciar atividade física intensa;
Pacientes com fatores de risco ou sintomas como dor no peito ao esforço.
Nem sempre o teste é o melhor exame. Em pacientes com risco intermediário ou alto, pode ser substituído por exames mais avançados (veja abaixo).
6. Exames complementares para casos específicos
Em algumas situações, o cardiologista pode indicar:
Cintilografia do miocárdio:
Avalia irrigação do coração;
Útil em pacientes com dor torácica ou exames inconclusivos.
Angiotomografia de coronárias:
Mostra a presença de placas de gordura nas artérias coronárias;
Avalia risco de infarto futuro, mesmo antes dos sintomas.
Ecore de cálcio coronariano:
Detecta calcificações nas artérias;
Exame simples, sem contraste, ideal para estratificar risco.
E o Holter ou o MAPA? Fazem parte do check-up?
Holter 24h:
Registra os batimentos cardíacos por 24h. Útil em casos de:
Palpitações, desmaios, arritmias;
Avaliação de marcapasso.
MAPA 24h:
Mede a pressão arterial ao longo de 24h. Indicado quando:
A pressão no consultório é alterada;
Suspeita de hipertensão mascarada ou efeito do jaleco branco;
Avaliar eficácia do tratamento anti-hipertensivo.
Com que frequência devo fazer o check-up?
Idade | Sem fatores de risco | Com fatores de risco |
Até 30 anos | A cada 2 a 3 anos | A cada 1 ano |
30 a 50 anos | A cada 1 a 2 anos | Anualmente |
Acima de 50 anos | Anualmente | Anualmente ou semestral |
O seu médico é quem melhor vai definir a periodicidade, com base na sua saúde, sintomas e histórico familiar.
Em resumo:
Um bom check-up cardiológico começa com uma consulta clínica detalhada.
Exames simples como ECG, exames de sangue e teste de esforço são os pilares da avaliação.
Exames mais avançados são indicados caso a caso.
Fazer check-up é uma forma de prevenir doenças graves antes que apareçam os sintomas.




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