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Cuidados com a Atividade Física para Pessoas com Risco Cardiovascular Elevado

  • Foto do escritor: Géssica Magalhães
    Géssica Magalhães
  • 1 de out. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 18 de out.



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A atividade física é uma aliada indispensável na promoção da saúde e na prevenção de diversas doenças, especialmente as cardiovasculares. No entanto, para pessoas com risco cardiovascular elevado, a prática de exercícios deve ser cuidadosamente planejada e monitorada. A Sociedade Brasileira de Cardiologia recomenda uma abordagem segura e personalizada para garantir que a atividade física traga benefícios sem comprometer a saúde. Este artigo explora os cuidados essenciais que devem ser tomados ao iniciar e manter um programa de exercícios para indivíduos com alto risco cardiovascular.


  • Avaliação médica prévia


Antes de começar qualquer programa de atividade física, é fundamental que pessoas com risco cardiovascular elevado passem por uma avaliação médica detalhada. Essa consulta inicial é essencial para identificar o nível de risco e definir quais tipos de exercícios são mais seguros e apropriados. O médico, preferencialmente um cardiologista, pode solicitar exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e testes de esforço para avaliar a capacidade cardiovascular e detectar possíveis anomalias.


Além disso, a avaliação médica ajuda a personalizar o programa de exercícios, levando em consideração fatores como hipertensão, diabetes, colesterol alto e histórico familiar de doenças cardíacas. Esse cuidado permite que a prática de atividade física seja adaptada de forma segura às necessidades e limitações do indivíduo, reduzindo o risco de complicações.


  • Escolha adequada de exercícios


Para pessoas com risco cardiovascular elevado, a escolha dos exercícios deve ser cuidadosa e planejada. Atividades de baixo impacto são frequentemente recomendadas, pois reduzem a sobrecarga no coração e nas articulações. Caminhadas, natação, ciclismo leve e hidroginástica são exemplos de exercícios que melhoram a saúde cardiovascular de forma progressiva e segura.


Exercícios aeróbicos são os mais indicados para fortalecer o coração e melhorar a circulação, mas é importante iniciar com intensidade leve e aumentar gradualmente. Em muitos casos, a combinação de exercícios aeróbicos com exercícios de resistência, como musculação leve, também pode ser benéfica, desde que supervisionada por um profissional de educação física.


O importante é evitar atividades muito intensas ou de alta carga sem supervisão, como corridas de longa distância ou levantamento de peso pesado, que podem sobrecarregar o coração e aumentar o risco de eventos cardiovasculares.


  • Monitoramento da intensidade dos exercícios


Uma das principais preocupações para pessoas com risco cardiovascular elevado é o controle da intensidade dos exercícios. O objetivo é encontrar um equilíbrio que permita a prática de atividade física de forma segura, sem sobrecarregar o sistema cardiovascular. Para isso, o monitoramento da frequência cardíaca durante o exercício é fundamental.


Uma maneira simples de controlar a intensidade é por meio da "zona alvo de frequência cardíaca", que representa o nível ideal para que o coração seja estimulado de maneira segura. Essa zona varia de pessoa para pessoa e pode ser calculada com base em fatores como idade e condição física. No entanto, em geral, a intensidade moderada é recomendada, com a frequência cardíaca sendo mantida entre 50% e 70% da frequência cardíaca máxima.


  • Aquecimento e resfriamento


O aquecimento e o resfriamento são componentes essenciais de qualquer programa de exercícios, especialmente para pessoas com risco cardiovascular elevado. Essas etapas preparam o corpo para o exercício e ajudam a evitar sobrecargas repentinas no coração.


O aquecimento deve ser feito de forma gradual, com exercícios leves que aumentem lentamente a frequência cardíaca e promovam o fluxo sanguíneo para os músculos. Movimentos simples, como caminhar devagar ou realizar alongamentos dinâmicos, são ótimos para essa fase. O objetivo é preparar o corpo para esforços maiores, evitando picos abruptos de pressão arterial.


Da mesma forma, o resfriamento após o exercício ajuda a reduzir a frequência cardíaca de forma gradual, prevenindo quedas bruscas de pressão. Caminhar lentamente e alongar os músculos após a prática de atividade física são formas eficazes de resfriar o corpo, além de ajudar na recuperação muscular.


  • Importância do acompanhamento profissional


Pessoas com risco cardiovascular elevado devem sempre buscar o acompanhamento de profissionais de saúde e educação física durante suas atividades. O suporte de um cardiologista e de um educador físico capacitado garante que o programa de exercícios seja seguro e adaptado às condições específicas do indivíduo.


O profissional de educação física pode monitorar a intensidade dos exercícios, ajustar as cargas de trabalho e identificar sinais de alerta, como fadiga excessiva, tontura ou dor no peito, que podem indicar sobrecarga no sistema cardiovascular. Além disso, o educador físico pode ajudar a diversificar o programa de exercícios, garantindo que a pessoa se mantenha motivada e consiga progressivamente melhorar sua condição física.


  • Atenção aos sinais de alerta


Durante a prática de atividade física, é importante estar atento aos sinais de alerta que indicam que o corpo pode estar sendo sobrecarregado. Sintomas como dor no peito, falta de ar, tontura, palpitações ou suor excessivo podem ser sinais de que o coração está sofrendo mais do que deveria.


Ao sentir qualquer um desses sintomas, é essencial interromper imediatamente a atividade e buscar orientação médica. Ignorar esses sinais pode aumentar o risco de eventos cardíacos, como infarto ou arritmias graves. O autocuidado e o respeito aos limites do corpo são fundamentais para garantir que a prática de exercícios seja segura e benéfica.


  • Ajustes na alimentação e no estilo de vida


A atividade física, por si só, oferece inúmeros benefícios à saúde cardiovascular, mas seus efeitos são ainda mais poderosos quando combinada com uma alimentação equilibrada e outros hábitos saudáveis. Para pessoas com risco cardiovascular elevado, ajustar a dieta é essencial. Uma alimentação rica em frutas, verduras, grãos integrais e gorduras saudáveis (como as do azeite de oliva e do abacate) pode potencializar os benefícios da atividade física.


Além disso, reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, ricos em sódio e açúcares, é uma forma eficaz de diminuir a pressão arterial e o colesterol. Associar a prática de exercícios com uma dieta balanceada, sono de qualidade e controle do estresse cria um ambiente propício para a redução do risco cardiovascular e para a melhora da qualidade de vida como um todo.


  • Conclusão


Para pessoas com risco cardiovascular elevado, a atividade física é uma ferramenta poderosa, capaz de melhorar a saúde do coração e prevenir complicações futuras. No entanto, é essencial que esse processo seja acompanhado com cuidado, começando por uma avaliação médica detalhada e seguindo com o monitoramento constante da intensidade dos exercícios.


Com a escolha adequada das atividades, o acompanhamento de profissionais capacitados e atenção aos sinais do corpo, é possível integrar a prática de exercícios de forma segura e eficaz na rotina, promovendo uma vida mais ativa e saudável. A prevenção cardiovascular, portanto, vai além do simples exercício; ela envolve uma abordagem completa e personalizada para cada indivíduo, garantindo o bem-estar do coração ao longo da vida.

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© 2019 por Dra Géssica Magalhães. 

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