Efeitos da bebida alcóolica na saúde do coração
- Géssica Magalhães
- 1 de out. de 2024
- 4 min de leitura
Atualizado: 18 de out.

O consumo de bebidas alcoólicas sempre gerou debates, especialmente quando se trata da saúde do coração. De um lado, existem estudos que apontam para alguns benefícios, como o famoso “paradoxo francês”, que sugere que o vinho tinto pode ser benéfico para o coração. Por outro lado, o consumo excessivo de álcool está fortemente ligado a uma série de problemas de saúde, incluindo doenças cardiovasculares. Neste artigo, vamos explorar como o consumo de bebidas alcoólicas afeta o coração e quais são os limites para um consumo responsável.
O impacto do álcool no coração
O álcool, quando ingerido em quantidades moderadas, pode ter alguns efeitos positivos no sistema cardiovascular. No entanto, esses efeitos variam de acordo com a quantidade e o tipo de bebida consumida. Em doses elevadas, o álcool pode ser extremamente prejudicial ao coração, levando a problemas sérios como hipertensão, arritmias e insuficiência cardíaca.
O álcool é metabolizado no fígado, mas afeta diretamente o sistema circulatório. Ele pode dilatar os vasos sanguíneos temporariamente, proporcionando uma sensação de relaxamento. Porém, o uso contínuo e exagerado pode alterar os batimentos cardíacos, aumentar a pressão arterial e elevar os níveis de triglicerídeos, o que contribui para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares ao longo do tempo.
Consumo moderado: mito ou verdade?
É comum ouvir que uma taça de vinho tinto por dia pode ser boa para o coração. Isso se deve principalmente à presença de polifenóis, como o resveratrol, encontrados na casca da uva, que têm propriedades antioxidantes. Esses compostos podem ajudar a reduzir a inflamação e aumentar os níveis de colesterol “bom” (HDL), diminuindo assim o risco de formação de placas nas artérias.
Contudo, os estudos que sugerem esses benefícios referem-se ao consumo moderado. Para mulheres, isso significa até uma dose por dia, enquanto para homens, a recomendação é de até duas doses diárias. Uma dose corresponde a aproximadamente 150 ml de vinho, 350 ml de cerveja ou 45 ml de destilado. Ainda assim, é importante frisar que esses benefícios só se aplicam a pessoas que já consomem álcool. Não é recomendado que indivíduos que não bebem comecem a beber apenas com o objetivo de melhorar a saúde do coração.
Os riscos do consumo excessivo de álcool
O consumo excessivo de álcool está diretamente relacionado ao desenvolvimento de várias doenças cardiovasculares. Quando consumido em grandes quantidades, o álcool pode danificar o músculo cardíaco, levando a uma condição conhecida como cardiomiopatia alcoólica. Nesse estado, o coração se torna incapaz de bombear o sangue de maneira eficiente, o que pode resultar em insuficiência cardíaca.
Além disso, o consumo elevado de bebidas alcoólicas pode causar picos na pressão arterial. A hipertensão, por sua vez, é uma das principais causas de infarto, acidente vascular cerebral (AVC) e outras complicações graves. O álcool também pode levar ao desenvolvimento de arritmias, que são alterações no ritmo normal do coração. Fibrilação atrial, uma das arritmias mais comuns relacionadas ao álcool, pode aumentar significativamente o risco de AVC.
Outra preocupação é o aumento nos níveis de triglicerídeos, um tipo de gordura presente no sangue. Níveis elevados de triglicerídeos estão associados à formação de placas nas artérias, que podem restringir o fluxo sanguíneo e aumentar o risco de aterosclerose, doença coronariana e infartos.
O efeito das diferentes bebidas alcoólicas
Nem todas as bebidas alcoólicas afetam o corpo da mesma forma. O vinho tinto, como mencionado, contém antioxidantes que podem ser benéficos em pequenas quantidades. A cerveja, por sua vez, contém vitaminas do complexo B e outros compostos que também podem trazer algum benefício, mas em quantidade moderada.
Destilados, como vodka, uísque e tequila, são bebidas mais concentradas em álcool. Embora possam ser consumidos moderadamente sem causar problemas imediatos, a quantidade de álcool por dose é significativamente maior em comparação com o vinho ou a cerveja, o que aumenta o risco de abuso e os efeitos adversos sobre o coração.
Independentemente do tipo de bebida, o que realmente importa é a quantidade ingerida. Exageros são prejudiciais, independentemente da escolha. Moderar a ingestão de álcool é essencial para proteger a saúde cardiovascular.
Bebidas alcoólicas e estilo de vida
Outro fator a ser considerado é o contexto em que as bebidas alcoólicas são consumidas. O estilo de vida desempenha um papel importante na saúde cardiovascular. Pessoas que bebem socialmente, de maneira moderada, e mantêm uma dieta equilibrada, rica em frutas, vegetais e gorduras saudáveis, tendem a apresentar menos problemas cardíacos do que aquelas que consomem grandes quantidades de álcool regularmente.
A atividade física regular, a redução de alimentos processados e o controle do estresse são componentes fundamentais para um estilo de vida que protege o coração. Por outro lado, o consumo excessivo de álcool pode levar a hábitos prejudiciais, como a má alimentação, o sedentarismo e o aumento da ingestão calórica, o que pode resultar em sobrepeso e obesidade — dois fatores de risco para doenças cardíacas.
Conclusão
O consumo de bebidas alcoólicas e sua relação com doenças cardiovasculares é um tema complexo e que exige atenção. Embora o consumo moderado, especialmente de vinho tinto, possa oferecer alguns benefícios para o coração, é importante lembrar que o excesso de álcool traz consigo sérios riscos à saúde cardiovascular.
A chave está na moderação. Quem já consome álcool deve estar atento às quantidades, e quem não bebe não deve começar a fazê-lo apenas com a expectativa de proteger o coração. O foco deve estar em uma abordagem holística de saúde, que inclui uma alimentação balanceada, a prática de exercícios físicos e o controle do consumo de álcool.
E você, como equilibra o consumo de bebidas alcoólicas com uma vida saudável? Compartilhe nos comentários suas experiências e dicas!




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