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Entenda melhor a ansiedade

  • Foto do escritor: Géssica Magalhães
    Géssica Magalhães
  • 9 de out.
  • 3 min de leitura
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Você sente como se sua mente nunca desligasse? Como se estivesse sempre um passo à frente, imaginando tudo o que pode dar errado?

Essa inquietude constante tem nome: ansiedade, e, embora pareça fazer parte da vida moderna, não é normal viver em alerta o tempo todo. Todo mundo sente preocupação ou medo de vez em quando, mas quando a ansiedade é intensa, frequente ou desproporcional, ou quando surgem crises de pânico repetidas, isso pode indicar um transtorno de ansiedade.


O que é ansiedade?

A ansiedade é uma reação normal a situações estressantes, como fazer uma prova ou falar em público. Quando em níveis adequados, ela pode ser benéfica, ajudando na atenção, desempenho e resposta a perigos reais.

No entanto, quando o medo e o desconforto tornam-se excessivos, persistentes ou incapacitantes, interferindo nas atividades cotidianas, é sinal de um transtorno de ansiedade. A ansiedade não é uma condição única, mas um espectro de distúrbios com manifestações diferentes, que compartilham sintomas comuns e frequentemente ocorrem em famílias. O tratamento envolve psicoterapia, medicação e estratégias de autocuidado.


Tipos de Transtornos de Ansiedade


  • Sintomas Gerais de Ansiedade:

    • Insônia ou sono excessivo

    • Inquietação, tensão ou irritabilidade

    • Dificuldade de concentração

    • Palpitações e aceleração do coração

    • Tensão muscular

    • Suor, tremores e náuseas

    • Sensação constante de perigo ou catástrofe iminente


  • Fobias: medo exagerado e irracional de um objeto, animal ou situação que não representa perigo real, como medo de aranhas, dentistas ou voar de avião.

    • Sintomas: sudorese, tremores, palpitações e falta de ar diante do estímulo temido. As pessoas costumam evitar situações que possam desencadear o medo. As fobias são o tipo mais comum de transtorno de ansiedade, sendo mais frequentes em mulheres.


  • Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG): caracteriza-se por preocupação excessiva e persistente com várias situações, pessoas ou eventos. O foco da preocupação muda, mas a ansiedade está presente quase o tempo todo, o indivíduo deseja parar de se preocupar, mas não consegue.


  • Transtorno de Ansiedade Social: a pessoa sente forte desconforto e autocrítica em situações sociais, temendo ser julgada ou humilhada.

    • Sintomas físicos: rubor facial, sudorese, tremores, náusea ou até ataques de pânico. Muitos evitam interações sociais ou eventos públicos. Pode estar associado a experiências negativas precoces, como bullying ou rejeição.

    • Ansiedade social: falta de ar, rubor, náusea, “travar” ao falar.


  • Transtornos Relacionados ao Estresse: incluem o Transtorno de Estresse Agudo (TEA) e o Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), sendo que ambos surgem após um evento traumático, como combate, desastre natural, assalto ou acidente.

    • Sintomas compartilhados: Hipervigilância e sustos frequentes, flashbacks e pesadelos, insônia e isolamento social, pensamentos intrusivos sobre o trauma.

    • TEA: sintomas duram de 3 a 30 dias após o evento.

    • TEPT: sintomas persistem por mais de 1 mês, e podem surgir meses depois do trauma.


  • Transtorno do Pânico: caracteriza-se por crises súbitas de medo intenso (ataques de pânico), que duram de 5 a 30 minutos.

    • Sintomas durante a crise: tremores, sudorese, palpitações; dor torácica e falta de ar; sensação de descontrole ou morte iminente. O episódio de pânico pode ocorrer sem motivo aparente e até durante o sono, e afeta as mulheres duas vezes mais que os homens.

    • Transtorno do pânico: ataques recorrentes com palpitações, dor torácica e medo de perder o controle.


  • Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): ocorre quando há pensamentos intrusivos, repetitivos e angustiantes (obsessões) acompanhados de rituais ou comportamentos compulsivos para aliviar a ansiedade, por exemplo, medo extremo de contaminação, seguida de lavagem excessiva das mãos. O TOC pode ter base genética ou neurológica e é frequentemente desencadeado por estresse ou trauma craniano.

    • Pensamentos obsessivos e comportamentos repetitivos que interferem na rotina e causam sofrimento significativo.


Tratamento Medicamentoso da Ansiedade

  • Antidepressivos : usados para TAG, TOC, ansiedade social, pânico e TEPT.

    • Citalopram, Escitalopram, Fluoxetina, Paroxetina,Venlafaxina e Duloxetina

    • Outras medicações úteis: Buspirona, Pregabalina, Hidroxizina, Betabloqueadores, Benzodiazepínicos.


Estratégias de Autocuidado

Práticas simples e regulares podem reduzir a frequência e a intensidade da ansiedade:

  • Exercício físico: a atividade regular melhora o humor, o sono e reduz o estresse, modulando a resposta corporal ao medo.

  • Meditação e Mindfulness: envolve focar no momento presente sem julgamento. Auxilia no tratamento de TAG, fobias e TOC, atuando no controle da resposta ao estresse.

  • Técnicas de relaxamento:

    • Respiração profunda

    • Visualização guiada (imaginação relaxante)

    • Escaneamento corporal (body scan)

Essas técnicas ensinam o corpo a reconhecer e reduzir a tensão quando a ansiedade surge.


A ansiedade não é sinal de fraqueza, mas uma resposta biológica e emocional a um sistema sobrecarregado. Com diagnóstico adequado, tratamento e mudanças no estilo de vida, é possível retomar o equilíbrio e a qualidade de vida.

O primeiro passo é sempre reconhecer os sinais e buscar ajuda profissional.

Cuidar da mente é cuidar também do corpo.


(Fonte: Harvard Health Publishing)


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© 2019 por Dra Géssica Magalhães. 

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