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Peculiaridades do infarto e angina na mulher

  • Foto do escritor: Géssica Magalhães
    Géssica Magalhães
  • 2 de out. de 2024
  • 3 min de leitura

Atualizado: 4 de out.


O "Posicionamento sobre Doença Isquêmica do Coração – A Mulher no Centro do Cuidado", 2023, tem como foco destacar as especificidades da doença isquêmica do coração (DIC) nas mulheres, abordando suas particularidades em termos de fatores de risco, diagnóstico e tratamento.


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O documento enfatiza a importância de considerar as diferenças de gênero no cuidado cardiovascular, especialmente no que diz respeito à doença isquêmica (infarto e angina).


1. Doença Isquêmica do Coração nas Mulheres


A doença isquêmica do coração (DIC) é uma das principais causas de morte entre as mulheres, mas sua manifestação e evolução apresentam características distintas em relação aos homens.


O posicionamento ressalta que as mulheres tendem a apresentar sintomas atípicos, como dor no abdômen, náuseas e cansaço extremo, o que pode atrasar o diagnóstico e o início do tratamento. Além disso, a DIC nas mulheres está associada a uma maior incidência de eventos adversos e mortalidade após infarto.


2. Fatores de Risco Específicos para Mulheres


O documento detalha os fatores de risco tradicionais para a DIC, como hipertensão, diabetes, dislipidemia e tabagismo, mas também chama atenção para fatores específicos que aumentam o risco cardiovascular em mulheres:


- Condições hormonais e reprodutivas: O climatério, menopausa precoce, pré-eclâmpsia e diabetes gestacional são condições que aumentam o risco de desenvolvimento de DIC.


- Doenças autoimunes: Patologias como lúpus e artrite reumatoide, mais prevalentes entre mulheres, também contribuem para o aumento do risco.


- Estresse e depressão: Fatores psicossociais, como depressão e altos níveis de estresse, são mais comuns em mulheres e têm impacto direto sobre a saúde cardiovascular.


3. Diagnóstico da Doença Isquêmica do Coração nas Mulheres


A diretriz enfatiza que o diagnóstico da DIC em mulheres pode ser mais desafiador devido à apresentação atípica dos sintomas. As ferramentas diagnósticas convencionais, como a angiografia coronária, nem sempre detectam a presença de DIC em mulheres, especialmente em casos de microangiopatia ou doença do vaso pequeno.


O posicionamento destaca a necessidade de métodos complementares, como a ressonância magnética cardíaca e a tomografia por emissão de pósitrons (PET), para melhorar a precisão diagnóstica.


4. Tratamento Personalizado para Mulheres


O documento aponta que as mulheres são frequentemente subtratadas quando comparadas aos homens, mesmo após o diagnóstico de DIC. As mulheres têm menos probabilidade de receber intervenções como angioplastia, uso de stents e revascularização cirúrgica.


Além disso, tendem a ser medicadas com doses mais baixas de estatinas e anticoagulantes, o que pode prejudicar o controle da doença. O posicionamento reforça a necessidade de tratamentos personalizados e baseados em evidências para garantir que as mulheres recebam o cuidado adequado.


5. Prevenção e Estilo de Vida


A prevenção primária da DIC é crucial, e o posicionamento enfatiza a importância de promover hábitos de vida saudáveis nas mulheres. As recomendações incluem:


- Prática regular de atividade física: Exercícios aeróbicos e de resistência são importantes para manter a saúde cardiovascular.


- Dieta saudável: A adoção de uma alimentação balanceada, rica em frutas, vegetais, grãos integrais e gorduras saudáveis, é fundamental.


- Controle de peso e cessação do tabagismo: O combate à obesidade e ao uso de tabaco é crucial na prevenção de doenças cardíacas.


6. Papel dos Profissionais de Saúde no Cuidado Cardiovascular Feminino


O posicionamento destaca que os profissionais de saúde precisam estar mais atentos às especificidades das mulheres no que diz respeito à doença isquêmica do coração. Recomenda-se uma abordagem multidisciplinar, com o envolvimento de cardiologistas, ginecologistas e endocrinologistas, para oferecer um cuidado integral e específico.


A capacitação dos profissionais para reconhecer sintomas atípicos e realizar diagnósticos mais precisos é essencial para melhorar o prognóstico das pacientes.


7. Conclusão e Recomendações


O documento conclui que o cuidado com a saúde cardiovascular das mulheres, especialmente no que tange à DIC, deve ser aprimorado com estratégias personalizadas e baseadas em evidências.


É essencial aumentar a conscientização sobre os sintomas atípicos e os fatores de risco específicos das mulheres para melhorar o diagnóstico precoce e o manejo da doença.


O posicionamento reforça a necessidade de mais pesquisas voltadas para a saúde cardiovascular feminina, com o objetivo de reduzir a mortalidade e promover melhor qualidade de vida para as mulheres que convivem com a DIC.

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© 2019 por Dra Géssica Magalhães. 

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