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Por que eu preciso diminuir o sal na alimentação?

  • Foto do escritor: Géssica Magalhães
    Géssica Magalhães
  • 29 de set. de 2024
  • 4 min de leitura

Atualizado: 18 de out.


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O sal é um ingrediente essencial na cozinha e faz parte da alimentação humana há milênios. No entanto, seu consumo excessivo tem sido alvo de atenção crescente devido aos efeitos negativos na saúde, especialmente no que diz respeito ao sistema cardiovascular. A relação entre o excesso de sal e doenças como hipertensão e problemas cardíacos é bem documentada, e entender os limites seguros de ingestão pode ser crucial para prevenir complicações futuras.


  • O papel do sal no organismo


O sal, ou cloreto de sódio, desempenha funções vitais no organismo. Ele é fundamental para a regulação do equilíbrio hídrico, ajudando a manter o volume adequado de fluidos dentro e fora das células. Também contribui para a transmissão de impulsos nervosos e para a contração muscular, incluindo a do coração. Em quantidades moderadas, o sal é necessário para a manutenção de diversas funções biológicas.


No entanto, o problema surge quando o consumo de sal ultrapassa os níveis recomendados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere que o consumo diário de sódio seja inferior a 5 gramas de sal por dia (aproximadamente uma colher de chá). Infelizmente, a ingestão média global frequentemente excede esse valor, impulsionada principalmente pelo consumo de alimentos processados e ultraprocessados, que são ricos em sódio.


  • O impacto do excesso de sal na saúde cardiovascular


O consumo excessivo de sal está diretamente relacionado ao desenvolvimento da hipertensão arterial, uma condição que afeta milhões de pessoas no mundo todo. Quando há muito sódio no sangue, o corpo retém mais água, o que aumenta o volume de sangue que circula nas artérias. Esse aumento de volume eleva a pressão nas paredes arteriais, forçando o coração a trabalhar mais para bombear o sangue. Com o tempo, essa sobrecarga pode levar a danos nas artérias, insuficiência cardíaca, acidentes vasculares cerebrais (AVCs) e doenças coronarianas.


A hipertensão, muitas vezes chamada de "assassina silenciosa", é uma das principais consequências do consumo excessivo de sal. Seus sintomas são frequentemente imperceptíveis até que ocorra um evento cardiovascular significativo. Portanto, reduzir a ingestão de sal é uma medida preventiva poderosa que pode ajudar a proteger o coração e o sistema vascular.


  • A relação entre sódio e hipertensão


A relação entre sódio e hipertensão é tão clara que muitos profissionais de saúde recomendam a diminuição da ingestão de sal como uma das primeiras intervenções para reduzir a pressão arterial. Estudos demonstram que a redução do consumo de sal pode levar a uma queda significativa da pressão, especialmente em pessoas com hipertensão ou predisposição genética para desenvolver a condição.


Populações que tradicionalmente consomem menos sal, como alguns grupos indígenas, apresentam níveis muito mais baixos de hipertensão e doenças cardiovasculares. Isso reforça a evidência de que a dieta desempenha um papel essencial no controle da pressão arterial. Adotar uma alimentação rica em frutas, legumes e alimentos frescos — naturalmente pobres em sódio — pode ajudar a prevenir o desenvolvimento da hipertensão e outras doenças relacionadas ao coração.


  • O desafio do sal oculto


Um dos maiores desafios no controle do consumo de sal é o chamado "sal oculto". Muitas pessoas associam a ingestão de sódio apenas ao sal de mesa, utilizado no preparo das refeições. No entanto, uma grande parte do sódio que consumimos diariamente está presente em alimentos industrializados. Produtos como pães, queijos, molhos prontos, enlatados e embutidos são fontes significativas de sódio.


Esses alimentos processados muitas vezes contêm quantidades elevadas de sal, que é adicionado como conservante e intensificador de sabor. Isso torna difícil para o consumidor comum monitorar e controlar a quantidade de sódio ingerida. Por isso, ler os rótulos e escolher produtos com menor teor de sódio pode ser uma estratégia eficaz para reduzir o consumo de sal no dia a dia.


  • Estratégias para reduzir o consumo de sal


Reduzir o consumo de sal não significa abrir mão de refeições saborosas. Na verdade, a diminuição gradual da quantidade de sal pode ajudar a reeducar o paladar, tornando-o mais sensível a outros sabores naturais dos alimentos. Aqui estão algumas estratégias que podem ser úteis:


1. Substitua o sal por ervas e especiarias: Temperos naturais como alho, cebola, alecrim, orégano e manjericão são ótimas alternativas para realçar o sabor dos alimentos sem adicionar sal.


2. Prefira alimentos frescos: Optar por frutas, vegetais, carnes frescas e grãos integrais ajuda a evitar o sódio presente nos alimentos processados.


3. Leia os rótulos: Produtos industrializados muitas vezes contêm quantidades surpreendentes de sódio. Escolha versões com menos sódio sempre que possível.


4. Cozinhe em casa: Preparar as refeições em casa permite controlar a quantidade de sal utilizada, além de garantir a qualidade dos ingredientes.


O consumo de sal, embora essencial em pequenas quantidades, deve ser monitorado de perto para evitar riscos à saúde cardiovascular. O excesso de sódio é um fator significativo para o desenvolvimento de hipertensão e outras doenças do coração, que podem ser prevenidas com ajustes simples na alimentação. Ao reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, optar por temperos naturais e prestar atenção aos rótulos, é possível manter o coração saudável e o corpo em equilíbrio.


A prevenção começa com escolhas conscientes, e cuidar da saúde cardiovascular é um compromisso que vale a pena assumir.

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© 2019 por Dra Géssica Magalhães. 

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